O Processo de Ocupação do Território
Entrevista de Luiz Rassi:
“O núcleo principal e inicial da cidade era constituído por três ruas compridas e paralelas com relação à localização da Estação (cujos nomes, no momento não me recordo) de sentido direção leste-oeste. Para falar sobre a história de Vianópolis, eu teria que me situar no tempo, acionar a memória, esperando cometer o menor número de falhas ou lapsos naturais, dada a distância da época até os dias de hoje.
Primeiramente, devo alguma coisa e considerações a respeito da cidade em si, lembrando sua recente formação. Por volta de 1924, quando tinha o nome de Povoado de Tavares era constituída por poucos habitantes. Naquele tempo, a Estrada de Ferro Goiás ainda não havia atingido o local com os seus trilhos, mas já caminhava em sua direção.
O núcleo principal e inicial da cidade, era constituído por três ruas compridas e paralelas, com relação à localização da Estação (cujos nomes, no momento não me recordo) de sentido e direção leste-oeste.
Porém, com a finalidade prática designarei essas ruas de “rua de cima” ou “da Estação”, “rua do meio” e “rua de baixo”. Cerca de 7 e 9 ruas transversais cortavam, perpendicularmente, as referidas ruas paralelas. A Estação ficava na direção norte, parte mais elevada, abaixo da qual se situava o Largo da Estação com moderado declive no sentido sul de cujo meio descia uma transversal. A partir da base do Largo da Estação situava-se a rua do meio em cujas extremidades ficavam as portas de entrada dos carros de bois e das tropas e cavaleiros. Eu acredito que a cidade, no final das décadas de 20 e 30 devia ter, mais ou menos, entre 1.500 e 1.800 habitantes.
Não me lembro de qualquer discriminação étnica, de cor ou religiosa importante entre a população mesmo porque todos estavam ali mais preocupados com o próprio trabalho e sobrevivência – eram grupos Sociais heterogênios etnicamente, culturalmente diferentes, mas com os mesmos objetivos.
Dentro das minhas reminiscências de infância e adolescência vejo Vianópolis como uma cidade poética, prazerosa, movimentada social e comercialmente, com uma população proveniente de várias partes do país e de países internacionais, da Europa e Médio Oriente. Todos, porém, viviam cordialmente, muito ordeiros, em convivência amiga em que, cada qual tinha o seu próprio objetivo, tudo na maior harmonia possível.”
Fonte: Mil Figuras Vianopolinas, Olívio Lemos
Antecedentes Históricos Por Elson Gonçalves de Oliveira
Ano de 1808
Há muitos anos, dois séculos ou um pouco mais, moravam nas imediações da nascente de um córrego sem nome, no Planalto Central do Brasil, Joaquim Tavares da Silva e sua mulher Josefa Joaquina de Souza Lobo, juntamente com seus filhos Luiz Tavares de Souza Lobo e Margarida Pontes de Andrade.
Em 9 de setembro de 1808 faleceu a matriarca Josefa Joaquina de Souza Lobo. O inventário de seus bens foi requerido em 12 de novembro do mesmo ano, conforme consta dos autos nº 1/1808 da Comarca do Sul da Província de Goiás, arquivados no Fórum de Silvânia. Na relação dos bens inventariados, figura, dentre outros, inclusive vários escravos, “Um Sítio com casas de morada, paiol, monjolo com casa de telha com todos os pertences.”
Não há registro conhecido de eventual inventário do patriarca Joaquim Tavares da Silva. O mesmo, porém, não ocorre com relação aos dois filhos do casal, em cujos autos se acha menção da propriedade primitiva.
Possivelmente nesse interregno foi que o córrego sem nome, importante por ter sua nascente quase na cidade, recebeu a denominação de Ribeirão Santa Rita. E sem sombra de dúvida, essa família Tavares foi a que precedeu e deu nome ao lugar onde nasceu o Pouso dos Carreiros, ou a Cabeceira das Veredas, ou ainda Tavares, que mais tarde se transformou em Vianópolis. Nela certamente está a origem do povo vianopolino.
Ano de 1909
O trabalho era lento e penoso. Intempéries as mais diversificadas. Matas eram desbravadas, e pontes, erguidas. A realidade da absorção da mão-de-obra ociosa. Emprego à vista. E o avanço do progresso não cessava: dormentes cuidadosamente metrificados e colocados sob os trilhos de aço; locomotivas apitando cada vez mais perto. A esperança de dias melhores.
Ano de 1923
Em solo goiano, os trabalhos ferroviários prosseguiam de maneira não muito acelerada, mas gradual, dentro das limitações tecnológicas da época. E pelo projeto de construção, uma estação deveria ser implantada na fazenda Tavares, mais precisamente na Pousada dos Carreiros.
Conta-nos Oscar Corrêa, em artigo intitulado “Vianópolis – cidade que vi nascer”, cujo texto transcrevemos parcialmente do jornal “Folha de Vianópolis” (Ano I, nº 6, ago/set/77, diretor-redator-fundador Fábio Viegas), ele que foi testemunha ocular do nascimento da Povoação Tavares, a seguinte história:
“Em 1923, quando a ponta da linha da Estrada de Ferro Goiás estava em Caraíba, foi marcada a estação nesta localidade por prestígio do Cel. Felismino de Souza Viana e Dr. Balduíno, DD. Diretor da Estrada de Ferro.
Nessa ocasião chamava-se esse local: Cabeceira da Vereda ou Pouso de Carreiro, que pertencia a João Batista Mamede, onde o Cel. Felismino adquiriu dois alqueires de terra.
O Engenheiro Álvaro Paca, fazendo levantamento da cidade elaborou o loteamento, sendo que os lotes deveriam ser vendidos nos valores variados de 10 mil réis a 50 mil réis.
O primeiro a construir um rancho foi Dade, que montou uma pensão onde fornecia comida e quartos. Depois chegaram Benedito Bigode, Chico Bino, Antônio Negrinho e um sírio por nome Taufic, todos eles se localizaram onde é a atual casa do Sr. Natal Cotrim, Hotel Portugal e suas imediações.
Outros aventureiros foram também construindo casas de consignações e comissões. Dentre eles os Srs. Felismino Viana, instalando-se onde é o atual Colégio; Cecílio José Rassi, onde é o Bar Las Vegas; Fróes Irmãos onde é Daniel Mattos, e Minervino Silva.
Nessa época residíamos em Silvânia, mas como tínhamos terras aqui, deslocamo-nos de lá para fixarmos nova residência. Contava nessa ocasião com 15 anos e meu venerável e saudoso pai, Pedro Leão Corrêa, trouxe-nos para o trabalho e com bastante esforço e perseverança pudemos fazer paulatinamente uma boa situação financeira, embora vivendo humildemente em rancho de capim. Tempos agradáveis e saudosos.”
Ano de 1924
A notícia da construção da estação provocou uma corrida desenfreada para a migração, com gente chegando diariamente, à espera do início das obras. Antes mesmo que fosse definido o local da estação, a povoação já se erguia esperançosa e com vocação para o crescimento. Em pouco tempo já eram contados os hotéis do Noronha e o do Sasse, assim como alguns vários ranchos de capim.
Em 1924, enfim, chegou à propriedade dos Tavares o diretor da Estrada, Engenheiro Balduíno, que marcou o lugar onde a estação – que levou o nome de Estação Tavares – deveria ser construída.
Felismino de Souza Viana, homem sonhador, de muito prestígio e acostumado a acompanhar as investidas territoriais da ferrovia, adquiriu parte das terras ali nas imediações e oficializou o início do povoamento da cidade de Vianópolis, mediante o parcelamento do solo e a comercialização de lotes.
Ano de 1925
No ano seguinte, em 1925, foi a inauguração da Estação, com muita festa, bastante alegria e entusiasmo por parte dos pioneiros e da população presente. O número de habitantes já era surpreendente, para uma povoação que até então abrigava seus poucos moradores em modestos ranchos, cobertos com capim ou com folhas de bacuri.
Sabe-se que durante a construção da Estrada de Ferro as pontas de linha eram pontos atrativos para os comerciantes, prestadores de serviços e exploradores de toda espécie. Vinham para ganhar a vida. E em diversas localidades essas chamadas “pontas de linha”, passada a euforia do momento, deixavam para trás a semente fértil de um virtuoso núcleo urbano. O caso de Vianópolis não foi diferente.
Pessoas há que fizeram fortuna com a construção da ferrovia, como o próprio Felismino de Souza Viana que perseguiu passo a passo o avanço da estrada, tendo sido um de seus maiores fornecedores de lenha para a alimentação das locomotivas, que eram movidas a vapor. Aqui na Fazenda Tavares, tendo adquirido boa área de terras, ganhou muito dinheiro com a comercialização de lotes para construção de casas.
Entrementes, esse fato não lhe retira o reconhecimento de ser o fundador de Vianópolis, pelo contrário, não tivesse ele prestígio, tino comercial e coragem para investir, a Estação Tavares poderia ter sido uma daquelas várias que jamais conseguiram progredir ao longo da Estrada de Ferro.
Sobre a inauguração da Estação Tavares escreveu José Sêneca Lobo, em sua valiosa obra “Bonfim de Goiás – Minha Terra e Minha Gente” (2º volume): “A inauguração da estação ‘Tavares’, no Município de Bonfim, lá pelo ano de 1925, trouxe grande entusiasmo à região, atraindo para a povoação que ali se iniciava não só os comerciantes, hoteleiros e biscateiros crônicos no acompanhamento da Estrada de Ferro de Goiás, como gente do próprio município. Todo mundo estava interessado em ali se estabelecer para ganhar mais um pouco de dinheiro, conhecidas que eram as ‘pontas de linhas’ como bons mercados. Os moradores da zona rural próxima à estação ferroviária, tanto os maiores proprietários, chamados de fazendeiros, como os médios, conhecidos por sitiantes, e os beira-córregos apelidados de roceiros, passaram a freqüentar a nova povoação, onde viam coisas novas, hotéis bonitos com camas de arame, legítimas patentes, refeições gostosas, casas comerciais com muitos artigos à venda, confeitarias e até um cineminha.”
Ano de 1940 a 1945
Nos anos de 1940 a 1945 Vianópolis é assim descrita pela escritora Vianopolina Maria Terezinha Corrêa em sua obra: Fragmentos de minha Infância:
…” Não havia malha rodoviária suficiente, e todo transporte era feito por via férrea, ou alguns caminhões e carros particulares. Logo que a mercadoria chegava à Estação, era repassada a carroças de burros ou carros de bois.
“… a casa do Chefe da Estação. E era a casa dos meus sonhos! Não sei por que, mas sempre eu me via morando naquela casinha que, para mim, era a casa de Alice no país das Maravilhas.
A estação construída numa altitude de 900 metros mais ou menos, era um ponto turístico e muito movimentado da cidade. Por ela passavam os cargueiros, as gaiolas, o trem pagador, passageiros, noturno e diurno, alto motriz e troles. Ali havia duas enormes caixas d’água para abastecer a “Maria Fumaça”, como era denominada a máquina da época (a vapor). A água vinha de uma mina denominada de “Burrinho”, bem embaixo, na rua, e jogada até a caixa por bomba de motor estacionário.
Durante o dia, a frente da estação ficava lotada de carroceiros à espera do frete. Entre eles: Justino, Benedito Eustáquio, Negrinho, e tantos outros. Como sempre, nós pegando rabeira ora nas carroças, ora nos carros de bois, ora nos troles, nestes oferecendo em troca frutas e cana. Os trens circulavam de Araguari a Anápolis em posteriormente, a Goiânia.
Um descia às 9 horas da manhã e voltava às 6 horas da tarde.
Livro: Fragmento de Minha Infância
O noturno vinha às 3 horas na manhã e voltava às 9 horas da noite. Quando saía era dado o sinal para a próxima estação. Quando era para chegar, uma barra de ferro dependurada era martelada por 3 vezes indicando que o trem estava próximo. Era ouvido por toda a cidade, pois não havia poluição sonora. Era uma correria sem fim! Passageiros que iam embarcar, pessoas que esperavam visitas, gente querendo apenas passear, ver o trem chegar! A Estação era só um burburinho: crianças vendendo doces, biscoitos, pirulitos, amendoim presos à frente do corpo numa caixa de madeira… Mesinhas com toalhas branquinhas e cafés com quitandas e pastéis… Vendedores ambulantes oferecendo suas bugigangas… e o trem chegava… Uns partiam, outros ficavam, e assim a vida seguia, dia após dia. As tardes, então, eram uma festa! Ponto de lazer. Ao lado ficavam 3 carros para fazer corrida até Goiânia. Se estes lotavam, os passageiros teriam que dormir no hotel de seu Lourenço ou na pensão ou na pensão da Jandira, ou hotel do seu Mariano. O chefe dava o aviso da partida com o apito e, dentro do trem, o chefe picotava as passagens e anunciava a próxima Estação. Cada trem continha: um carro pulmão, um de 1ª classe e um de 2ª, um restaurante, além de vendedores que perambulavam de vagão em vagão.
Na estação ficavam: a casa do mestre linha, a casa o telegrafista, a casa do bombeiro e a casa do Chefe da Estação. E era a casa dos meus sonhos! Não sei por que, mas sempre eu me via morando naquela casinha que, para mim, era a casa de Alice no país das Maravilhas. Sempre que podia, eu me arranjava para entrar ali e ficar namorando cada cantinho dela… Engraçado… Até hoje, toda vez que passo por ali, me dá uma vontade imensa de adquirir aquela casinha tão cobiçada no meu tempo de criança…”
Ano de 1948
Passou o tempo. A povoação cresceu. O progresso chegou. O movimento separatista criou raízes e ganhou as ruas. Era necessário criar as estruturas básicas da nova cidade…
As terras que abrigavam a povoação de Vianópolis pertenciam, na sua totalidade, a João Batista Mamede, que delas alienara parte a Felismino de Souza Viana, no local onde se construiu a estação ferroviária, sem, contudo, delimitar área.
Felismino Viana, por sua vez, dividiu em lotes o terreno e urbanizou a povoação nascente, visando à comercialização. E o sucesso desse empreendimento foi imediato. Rapidamente conseguiu ele vender todos os lotes.
Assim foi que, com a exploração imobiliária levada a efeito por ele, os lotes vendidos passaram a fazer parte do condomínio juntamente com o quinhão dos herdeiros de João Batista Mamede e seus sucessores. Desta forma, o condomínio da urbe vianopolina se instalou naturalmente, sem planta nem loteamento regular. A notícia que se tem é tão-somente de uma planta encomendada pela Prefeitura de Silvânia, do perímetro urbano e suburbano da povoação, com o intuito exclusivo de legalizar a cobrança do imposto predial, de valor puramente administrativo e sem qualquer caráter oficial.
O tempo passava e a povoação era só progresso. Ninguém mais tinha dúvidas quanto à emancipação. Era preciso então dotar a cidade de pelo menos uma estrutura mínima, a fim de que pudesse abrigar a sede do município que estava para nascer oficialmente, com toda a burocracia a ela inerente.
Imaginou-se ser urgente legalizar o perímetro urbano para receber a cidade emancipada, o que de fato aconteceu através de processo divisório da Fazenda Santa Rita dos Tavares, em 1948, cujo agrimensor foi Guilherme Veloso.
Lei Nº115, de Agosto de 1948
Eleva à categoria de município o distrito de Vianópolis e dá outras providências.
Eis na íntegra a Lei da Criação do Município de Vianópolis, cujo projeto foi de autoria do deputado Joaquim Gilberto.“
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOI-AZ DECRETA E EU PROMULGO A SEGUINTE LEI:
Art. 1º – Fica erigido em município autônomo, com as divisas que atualmente o integram, o distrito de Vianópolis, município de Silvânia.
Parágrafo único – O município criado pela presente lei conservará a denominação de Vianópolis, cuja sede será a localidade deste nome e seu termo judiciário fica pertencendo à comarca de Silvânia.
Art. 2º – A instalação do município de que trata o artigo anterior dar-se-á no dia 1º de janeiro de 1949.
Art. 3º – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º – Revogam-se as disposições em contrário.
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIAZ, EM GOIÂNIA, 19 DE AGOSTO DE 1948.
Ass.: Diógenes Dolival Sampaio – Presidente
Ass.: Wilmar Guimarães – 1º Secretário
Ass.: Benedito Melo – 2º Secretário“
No dia seguinte, 20 de agosto, houve festa animada, com participação maciça do povo e das autoridades, incluindo-se o deputado Joaquim Gilberto, autor do projeto da emancipação, e dos deputados Diógenes Sampaio e Vital Pereira Cabral.
Ano de 1949
Primeiro dia do mês de janeiro de 1949. Muita animação, muitos fogos, muita festa em toda a cidade. O povo aglomerava-se no Largo da Estação, para presenciar o acontecimento histórico esperado há tanto tempo, fruto da luta sem trégua de toda aquela gente. Eram incontroláveis a alegria, o entusiasmo e a euforia da população.
Logo de manhã, chegava a comitiva do Governador Jerônimo Coimbra Bueno, para instalar solenemente o recém-criado Município de Vianópolis, para satisfação e orgulho de todos os presentes.
Na solenidade, discursos emocionantes e inflamados. Foram oradores, representando os vianopolinos, João Abrão (Joanito), Issy Quinan e Raimundo Rodrigues de Albuquerque. A instalação do novo Município consumou-se com a posse do prefeito nomeado para um período de transição, até a realização das eleições. Foi então empossado o Sr. Elias Calixto, para o cargo de Prefeito, empresário e um dos pioneiros da emancipação, que permaneceu no cargo até 10 de abril do mesmo ano de 1949, data da posse do primeiro prefeito eleito, João Batista Gomes.
Os intelectuais do movimento pela emancipação eram Valdomiro Ribeiro de Paiva e Issy Quinan, liderados pelo mentor por excelência, João Batista Gomes. Eles planejavam as ações do grupo e redigiam os boletins de propaganda que eram distribuídos à população.
Tiveram também participação ativa na emancipação, além de outros, os senhores: Godofredo Batista Santos, João Meireles Sobrinho, João Abrão (Joanito), Elias Calixto, José Issy, Olívio Lopes Ferreira, João Modesto Filho (Zico), Modesto de Melo Filho (Deda), João Pacheco Monteiro, Antônio Corrêa Bittencourt e João Batista Gomes, este o maior entusiasta, o mentor e encorajador, o da linha de frente e, por isso, o mais importante de todos eles.
Por iniciativa de Issy Quinan e do prof. Raimundo A. Rodrigues de Albuquerque – movidos por puro idealismo – circulou o primeiro número do jornal O Vianópolis, em 20 de janeiro de 1949.
Ano de 1953
O grande inimigo do progresso de Vianópolis era a falta de estradas. O município recém-emancipado ainda era obrigada a transportar sua produção no lombo de animais. Carroças e carros de bois.
Abner Mattos toma posse como Prefeito eleito e imediatamente põe em ação o seu plano de governo, divulgado nos palanques da campanha político de retalhar o município de estradas.
A primeira estrada aberta cortava o Município de norte a sul, passando por Fazendinha, Santa Rita, Rio do Peixe, Caraíba, Taquaral, Santana, Santa Bárbara, Extrema, Água Fria, Santo Inácio e Mato feio. Feita a estrada mestra, partiu-se para construir as vicinais, que a ela foram interligadas. Cerca de noventa por centos das estradas hoje existentes no Município foram construídas nessa época.
Ano de 1956 a 1960
Entreposto de mercadoria que chegava até Vianópolis através da Estrada de Ferro Goiás, vinda de Belo Horizonte, Toda a mercadoria utilizada na construção de Brasília era estocada e, no largo da estação ferroviária aguardava reembarque para a futura e promissora Capital Federal. Em média 300 caminhões eram carregados diariamente no largo da estação ferroviária movimentando a pequena cidade que progredia a passos largos. Além dos trabalhadores dezenas de pessoas se aglomeravam para ver a movimentação, entre elas mulheres e crianças.
Ano de 1960 a 1970
A vida social e política de Vianópolis é intensa, a população jovem tem participação ativa nas decisões políticas.
O Colégio Armindo Gomes é responsável, além da formação de jovens em proporcionar lazer e diversão aos alunos.
As datas comemorativas, como aniversário da cidade e Independência do Brasil eram comemoradas em grande estilo. Os Desfiles cívicos realizados ao som Fanfarra do CEAG, se tornaram marcos na cultura do povo Vianopolino.
Fonte: Agda Maria de Souza, para o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social do Município de Vianópolis, com dados colhidos através de entrevistas e materiais compilados dos escritores vianopolionos Elson Gonçalves de Oliveira, Maria Terezinha Corrêa, Olívio Lemos e Acervo de Fábio Viegas (BADU).